Estanqueidade, performance térmica e acústica, instalação ágil, durabilidade e fácil manutenção, além de elevada resistência mecânica.

Essas são algumas das vantagens atribuídas aos caixilhos de PVC que ajudam a explicar sua penetração na Europa, onde estão presentes em quase metade de portas e janelas. No Brasil, esse sistema desembarcou nos anos 1980 e, mesmo após um período de ajustes, sempre teve uso limitado a aplicações que tinham maior exigência por desempenho, como em hotéis, hospitais e residências de alto padrão, em função do custo mais elevado. Mas, agora, um movimento mais consistente de empresas europeias e norte-americanas para os mercados emergentes pode fazer com que as Esquadrias de PVC se tornem mais competitivas e tenham uso mais difundido no País. O número de montadores homologados por essas empresas é crescente e, apesar do desaquecimento provocado pela crise financeira mundial, a indústria espera que o mercado de perfis de PVC para janelas e portas cresça cerca de 5% em 2009, segundo projeções da Associação Pró-Qualidade em Esquadrias de PVC.

"Desde que pautado em produtos conformes à normalização brasileira, o maior número de fornecedores de Esquadrias de PVC é bastante salutar", afirma a engenheira Vera Fernandes Hachich, gerente técnica de programas da qualidade da Tesis -Tecnologia de Sistemas em Engenharia. Ela vê como principal vantagem dessa expansão o aumento da oferta do produto em diferentes regiões brasileiras. Hoje, o uso das Esquadrias de PVC ainda se restringe basicamente ao eixo Sul-Sudeste.

Por trás desse potencial aumento de consumo estão questões técnicas, em especial, o ajuste dos produtos produzidos com tecnologia importada às necessidades brasileiras. Embora a maior parte dos fabricantes trabalhe com encomendas sob medida, já há empresas pesquisando e desenvolvendo linhas mais econômicas, voltadas para obras verticais, com perfis de menor largura, por exemplo. O objetivo nesses casos é claro: obter produtos de menor custo, que possam ser aproveitados em maior escala pelas construtoras em edifícios residenciais e comerciais.

Atendendo à exigência de consumidores e especificadores, além dos perfis brancos, já há no País tecnologia para dar cor, ou mesmo aparência semelhante à madeira aos caixilhos. Para isso, podem ser utilizadas técnicas como a co-extrusão, a lacagem e a folheagem, que consiste em revestir os perfis com lâminas de PVC com acabamentos acrílicos.

A estabilidade de cor diante da exposição aos raios solares - aspecto crítico em terras tropicais - também vem sendo objeto de ajustes. Embora essa estratégia encareça o produto em um primeiro momento, alguns fabricantes apostam na adição de maiores porcentagens de dióxido de titânio na fórmula do composto plástico. Com isso, eleva-se a resistência do material aos raios UV evitando o amarelecimento dos perfis após algum tempo de uso. Consequentemente, torna-se viável oferecer dez anos de garantia nos perfis.

 

Resistência e desempenho

Para Vera Hachich, hoje, há tecnologia e conhecimento suficientes, em todos os elos da cadeia de caixilharia no Brasil, para a produção de janelas em conformidade à norma brasileira. "Quando ocorrem, os problemas não são por limitação técnica do sistema, mas por não conformidade intencional do produto, reduzindo-se propositalmente a resistência mecânica das janelas para baratear o custo, por exemplo", afirma a engenheira, lembrando que outra razão de falhas são deficiências no projeto e dimensionamento.

Por isso, ela recomenda atenção ao detalhamento dos projetos, em especial no que diz respeito às especificações da drenagem e dos selantes. Em casos pouco frequentes, em obras com condições muito específicas de sucção e pressão de vento, pode haver um subdimensionamento dos comprimentos dos reforços de aço gerando deformações excessivas por esforços mecânicos. "Mas tal situação será crítica não só para os caixilhos de PVC, mas de qualquer material", lembra Vera, ressaltando que nessas situações, dependendo da complexidade da obra, pode ser necessária a realização de ensaios em protótipos ou trecho-tipo da esquadria.

As cargas de vento às quais os caixilhos serão expostos também devem ser consideradas com critério. Particularidades regionais ou mesmo a posição da esquadria em relação ao solo - no caso de instalação em fachadas de edifícios verticais - não podem ser ignoradas jamais. Afinal, a carga de vento no Sul chega a ser quatro vezes maior do que na região Norte. Ao mesmo tempo, quanto mais alta for a posição em relação ao solo, maior será a carga de vento incidente sobre a janela.

De acordo com o engenheiro Fúlvio Berçot Miranda, pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), em relação à durabilidade, na ausência de certificações que atestem as características dos caixilhos, a exigência de relatórios técnicos que verifiquem a durabilidade dos perfis embasados em ensaios acelerados de envelhecimento torna-se fundamental. Na indisponibilidade de qualquer documento desse tipo, a alternativa é exigir um termo de garantia de no mínimo cinco anos contra desbotamento, amarelamento e craquelamento, bem como verificar se a empresa fornecedora mantém no País infraestrutura de atendimento pós-venda regionalizada. "Uma última precaução seria dar preferência à aquisição de sistemas de esquadrias oferecidos por empresa nacional ou por multinacional com um parceiro nacional, que arcará com o passivo caso a multinacional retire-se do mercado brasileiro", destaca o pesquisador.

Bons resultados dependem também da instalação adequada, de forma a evitar folgas ou frestas entre o caixilho e a parede. As Esquadrias de PVC podem ser instaladas por meio de ancoragem direta na alvenaria com a utilização de grapas, fixação direta nos vãos acabados, com parafusos e buchas e, ainda, com contramarcos instalados por meio de grapas ou parafusos, anteriormente aos caixilhos. Em casos extremos e de instalação parafusada ao vão, deve-se prever o emprego de cordão de selante à base de silicone estrutural na interface com alvenarias. "Mas não se recomenda empregar silicone de cura acética nessa interface", alerta Berçot. Ele ressalta que é importante observar a continuidade do cordão e manter uma seção transversal de aproximadamente 5 mm de lado.

Uma vez atendidos todos esses cuidados, as Esquadrias de PVC podem atingir altos índices de absorção sonora e de resistência mecânica. Segundo dados do IPT, em composição com um vidro simples de 2,8 mm de espessura, a atenuação pode atingir 25 dB. Já quando utilizado com vidros duplos de 2,5 mm, separados por um vão de 50 mm, o índice de absorção com o sistema de caixilharia chega a 46 dB. Nos ouvidos, a cada 10 dB atenuados, obtém-se sensação de que o ruído foi reduzido pela metade. Além disso, graças aos reforços em aço galvanizado nos perfis principais, janelas e portas de grandes dimensões podem ser concebidas sem comprometimento de performance frente aos ventos mais fortes, por exemplo.

 

Desempenho mensurado

As normas técnicas utilizadas como referência para verificação da conformidade das esquadrias de PVC são as mesmas para qualquer material de caixilharia:

:: NBR 6485:2000 - Caixilho para Edificação - Janelas, Fachada-cortina e Porta Externa - Verificação da Penetração de Ar
:: NBR 6486:2000 - Caixilho para Edificação - Janelas, Fachada-cortina e Porta Externa - Verificação da Estanqueidade à Água
:: NBR 6487:2000 - Caixilho para Edificação - Janelas, Fachada-cortina e Porta Externa - Verificação do Comportamento Quando Submetido a Cargas Uniformemente Distribuídas
:: NBR 10821:2000 - Caixilho para Edificação - Janela


Tais normas verificam o desempenho das janelas principalmente em quatro quesitos:


:: Permeabilidade ao ar
:: Estanqueidade à água
:: Resistência às cargas de vento
:: Operações de abertura e fechamento

Atualmente, esse conjunto de normas para janelas e portas externas encontra-se em processo de revisão no Comitê Brasileiro de Construção Civil (CB-02) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). "A expectativa é de que a comissão de estudos considere os diferentes materiais quando da elaboração dos tópicos referentes à durabilidade, resistência ao fogo e métodos de instalação", afirma o pesquisador do IPT, Fúlvio Berçot.

 

Fonte: Revista Téchne - Novembro de 2009 (adaptado)
Por Juliana Nakamura

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